Shortbus – podia ser um pornô cult, mas não é

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Tudo tinha para dar muito errado quando foi lançada a ideia de um filme sobre as relações após as quedas das Torres Gêmeas, em Nova York:

Atores amadores, muuuuitas cenas de sexo explícito, suruba explícita, relacionamentos taxados como promíscuos, diálogos improvisados, personagens baseados nas experiências dos atores e toda fluidez da sexualidade.

Mas a receita sensível do diretor John Cameron Mitchell deu super certo, e sua segunda obra sobre sexualidade é aclamada ainda hoje.

Podia ser pornô, mas é um filme bastante sensível, com muito sexo

Três personagens protagonistas: o ex-michê James, a dominatrix profissional Severin e a terapeuta sexual Sophia.

James e Jamie querem um relacionamento aberto para que Jamie possa comer outro homem já que James nunca conseguiu dar para nenhum homem e agora pensa em suicídio.

Sophia é uma terapeuta sexual que nunca teve orgasmos, e entra numa busca incessante para alcança-lo enfim

De diferentes maneiras, todos frequentam o infame clube Shortbus, onde os desajustados de NY se encontram para experimentar tudo sem precisar fingir. “Como a década de 60, com menos esperança” – diz o hostess da casa que interpreta a si mesmo.

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Entre masturbações, pirocas mil, bucetas, sexos hetero, homo, swingers, ménages, filmes cults e discussões feministas, conhecemos as histórias de vida dos protagonistas que vai muito além da expressão de suas sexualidades.

Com todos os personagens centrais experimentando seus limites, a putaria se dilui. As cenas de sexo explícito já nem chocam mais e se tornam apenas um recurso estilístico para dar conexão à narrativa.

Nova York se liberta e seus moradores se reencontram com si mesmos quando também se libertam de suas amarras que a sexualidade os impunha.

Fica até difícil lembrar toda a putaria lindamente filmada por J.C.Mitchell quando todos retornam livres ao Shortbus.

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