Neutralidade e pornô. Duas palavras que a gente não costuma ligar muito uma a outra. Mas que, ultimamente e de uma maneira bastante polêmica, estão unidas de uma forma que não dava para esperar. Saiba o que esse termo técnico de internet, que a princípio não é nada sexy, tem a ver com uma das maiores diversões masculinas.
O que é neutralidade de rede?
A neutralidade de rede se trata de uma premissa básica na qual toda informação que trafega pela internet o faz da mesma forma. Isto é, não importa o conteúdo que você queira ver, ele precisa ter garantida a possibilidade de ser acessado na mesma velocidade.
Se ficou complicado, dá para resumir. Tudo que você vê na internet, seja o Facebook, um jogo de futebol ou o famoso pornozinho, tem que ter garantida a mesma velocidade e tudo isso deve ser fornecido pelo mesmo pacote. Nada de um pacote para cada conteúdo.
Em que a falta dela influencia?
Sem a neutralidade de rede, o que você acessa ou não na internet fica a cargo da sua operadora. Ou seja, de quem fornece o serviço. Sendo assim, a empresa de banda larga pode selecionar conteúdos diferentes e cobrar preços para cada tipo de coisa que você queira ver na rede.
Lembra aquilo de um só pacote te deixar ver tanto as redes sociais, quanto o futebol ou o pornô. Sem a neutralidade de rede, cada uma dessas coisas pode acabar ficando em um pacote diferente de dados. Sendo todos eles pagos à parte. Algo muito parecido com o modelo de negócio adotado pela TV fechada.
Quais são os lugares que já estão sofrendo com isso?
Toda a polêmica começou no final de 2017 quando a FCC (algo como a Anatel dos Estados Unidos) — em uma apertada decisão por 3 a 2 — tomou a decisão unilateral de acabar com a neutralidade de rede. Sendo assim, os Estados Unidos já veem isso acontecendo.
Suécia, Espanha e Portugal são outros países que viram brechas em sua política de neutralidade de rede. Para eles, cada tipo de serviço é cobrado à parte. Caso você seja um azarado português, espanhol ou sueco e queira usar o Facebook, o Whatsapp, o Youtube, o Spotify e o Gmail, vai ter que pagar à parte para a operadora por cada um deles.
Por que isso afeta o pornô e outras diversões masculinas?
No caso específico do pornô, é certeza que ele seria afetado diretamente com a quebra da neutralidade de rede, já que se trata de um dos tipos de conteúdos mais acessados na rede. Sendo assim, da mesma forma que já acontece com a TV a cabo, certamente ele será um dos conteúdos taxados de maneira diferenciada.
Mas a coisa pode não parar por aí, já que sites que não tem nada a ver com entretenimento erótico também estão contra a decisão tomada nos Estados Unidos.
Quem não gostou nada da notícia?
Alguns dos primeiros a reagir contra a decisão da FCC foram as redes sociais de grandes empresas do pornô. Veja os tweets do Pornhub e do Redtube sobre o assunto:
Three rich men fuck all Americans. Coming soon to Pornhub. #NetNeutrality
— Pornhub ARIA (@Pornhub) 14 de dezembro de 2017
“Três homens ricos fodem todos os americanos. Em breve, no Pornhub #NetNeutrality”.
Masturbation is still free, right?
— RedTube Emma (@RedTube) 14 de dezembro de 2017
“A masturbação continua gratuita, certo?”
Mas não só as empresas pornôs se posicionaram contra a decisão. Gigantes como Netflix, Apple, Google, Microsoft, Amazon e Facebook também são contrárias oficialmente ao fim da neutralidade de rede. Já que todas elas sofreriam diretamente com a decisão.
E aqui no Brasil?
Calma, calma. Ninguém precisa pegar as tochas ou os tridentes e correr atrás dos políticos aqui em nossa terra adorada. Pelo menos não por isso ou por agora. O governo se pronunciou sobre o assunto, dizendo que não há possibilidade de mexerem com a neutralidade por aqui.
O que se trata de uma medida bastante lógica, apesar de nada satisfatória para as operadoras. Afinal, o Marco Civil da Internet é bastante recente no Brasil.