No dia do aniversário do escritor, nada como relembrar as histórias que foram parar no cinema brasileiro
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Quem não conhece Nelson Rodrigues não tem noção do que está perdendo. Não (apenas) em questões literárias, mas também no quesito sacanagem geral. O homem, nascido em 23 de agosto de 1912, era mestre em criar tramas cheias de sexo e chocar a sociedade num geral.
Tramas, essas, que ganhariam um sabor ainda mais apimentado nas mãos de quem adaptava seus trabalhos para as telas da pornochanchada. O nosso querido “anjo pornográfico” deve muito de sua notoriedade a esses filmes. Não havia qualquer pudor quando se tratava de mostrar a fundo sexualidade e imoralidade nas tais películas.
E é por isso que trazemos aqui algumas de suas histórias adaptadas pelo movimento mais devasso do cinema nacional:
A Dama do Lotação
Neville de Almeida foi o responsável pela primeira pornochanchada feita a partir da obra de Nelson Rodrigues. E, olha, como o diretor teve felicidade nessa empreitada, hein!
A Dama do Lotação por rogsil66
Nele, a protagonista — interpretada por ninguém menos que Sônia Braga, na flor da mocidade, diga-se de passagem —, após uma traumática noite de núpcias, adota um hábito curioso. O de trair seu marido com desconhecidos do transporte público.
(Ah, não se preocupe com o tempo enorme de vídeo! Colocamos os filmes completos pra quem quiser, mas já deixamos no ponto certo do que interessa em todos eles.)
Os Sete Gatinhos
Um clássico eterno. O filme conta com gente de renome que conhecemos até hoje, como Lima Duarte, Regina Casé e Antônio Fagundes. A trama principal roda em torno de Silene, a mais jovem entre cinco irmãs, que é mandada de volta após ter sido expulsa do colégio. Desse momento para frente, acontecem as coisas inesperadas possíveis.
Inclusive, tanto Fagundes quanto Casé aparecem em cenas picantes ao longo do filme. Sendo que o famoso amigo do Bino é um cafetão com nome de Bibelô que faz sexo ao som de cavalgada. Enquanto a apresentadora do Esquenta interpreta uma moça lésbica que escapa das garras de um deputado. Duvido que, depois dessa, você não queira ver esse filme.
Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende
“O mineiro só é solidário no câncer” é o lema desse filme (e o motivo para o título Otto Lara Rezende, amigo de Nelson e autor da frase). Não há como assisti-lo sem decorar o bordão.
Bonitinha, Mas Ordinária por rogsil66
A história rola em torno do protagonista de José Wilker, que é colocado em um dilema. Ele deve escolher entre Lucélia Santos ou Vera Fischer. Ou melhor, entre as personagens das duas. Onde uma é uma mulher estuprada por cinco homens, que vai lhe render um enorme dote, e outra sua namorada (e prostituta sem ele saber).
Álbum de Família
Provavelmente a menos famosa das adaptações cinematográficas. Mas, nem por isso, merece seu espaço aqui. Afinal, há cenas pra lá de ousadas na história, que trata da decadência de uma família mega endinheirada. Pense numa família conturbada e com todo tipo de desejos um pelo outro, agora você já entende onde nisso vai dar.
Engraçadinha
Uma tragédia. Uma tragédia brasileira, mas nos grandes modelos da clássica tragédia grega. Isso é Engraçadinha, uma história que mistura na medida certa os elementos trama e sacanagem. Não por menos, ainda ganhou uma nova versão (bem liberal também, diga-se de passagem) para a TV.
Engraçadinha por rogsil66
O filme, que tem cenas cheias de arrojo e reviravoltas mirabolantes, foi a última pornochanchada baseada na obra de Nelson Rodrigues. E deixou o maior gostinho de quero mais.